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CISTO NO FÍGADO É PERIGOSO?

Assim como o nome diz, são cistos de conteúdo seroso, sem septações e sem comunicação com estruturas biliares. Na grande maioria das vezes são únicos e pequenos, considerados por alguns autores como má formações congênitas. Histologicamente se apresentam como uma camada simples de células cuboides ou colunares, sem atipias nesse contexto.
Em alguns casos, a lesão pode cursam com grandes dimensões, levando a dor constante em quadrante superior direito. Em alguns casos, a dimensão da lesão e tão significativa que leva a compressão do parênquima adjacente com atrofia do mesmo e hiperplasia do lobo contralateral. Porém, os cistos simples são assintomáticos na sua apresentação na grande maioria dos pacientes, constituindo achado ocasional em exames de imagem realizados por outra justificativa. O melhor exame para o diagnóstico de cisto simples ainda é a ultrassonografia de abdômen superior. Apesar da tomografia computadorizada apresentar melhores relações anatômicas e o padrão de captação de contraste para diferenciar o diagnóstico, os malefícios da radiação e possibilidade de eventos adversos relacionados ao uso do contraste em comparação com a simplicidade e o fácil acesso da ultrassonografia, fazem desse último método o de eleição para o diagnóstico.

O índice de complicações relacionados ao cisto simples são ínfimos, dentre eles o sangramento intracístico, que raramente cursa com sintomas. Nesses casos, a ultrassonografia demonstrara um adensamento da parede do cisto, que faz diagnóstico diferencial com cistos hidáticos, cistoadenomas e metástases de tumores neuroendócrinos.

Como são lesões de caráter benigno e assintomáticas em sua grande maioria, o tratamento conservador é o de escolha. Em casos de sintomas associados, os pacientes devem ser extensamente pesquisados para a procura de outras etiologias que justifiquem os sintomas antes de um tratamento definitivo ser indicado. Em casos de sangramentos, o tratamento definitivo também deve ser realizado.

Dentre os tratamentos definitivos não cirúrgicos existem as opções de aspiração guiada por tomografia computadorizada com posterior injeção de substância esclerosante. Nos casos aonde a opção cirúrgica é a de escolha, como em grandes cistos sintomáticos ou cistos que apresentaram sangramentos e estão posicionados em topografias periféricas do fígado, opta se pela fenestração ou destelhamento da porção extra-hepática do cisto. Devido a característica benigna dessa doença, o procedimento deve ser feito com a menor morbidez possível. Com o advento da videolaparoscopia, o destelhamento de cistos simples por vídeo é seguro e factível, com menor invasividade à paciente, menor tempo de internação e de tempo internação hospitalar.

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