Cirurgia do Pâncreas

O que é a cirurgia do pâncreas?

A cirurgia pancreática é um procedimento que envolve a remoção de parte ou de toda a sua estrutura para tratar uma doença específica.

O pâncreas é uma glândula localizada no abdome, atrás do estômago, e tem um formato alongado que pode ser dividido em três partes da direita para a esquerda: cabeça, corpo e cauda.

As células que compõem o pâncreas desempenham duas funções: endócrinas e exócrinas. A função endócrina é a produção de insulina, que é responsável por controlar os índices de açúcar no sangue. A função exócrina é a produção e liberação de substâncias ativas no sistema digestivo.

O mau funcionamento do pâncreas devido a doenças pode ser muito prejudicial ao corpo.

Quais são os tipos de cirurgia do pâncreas?

Atualmente, existem dois tipos de cirurgia ​​para o câncer de pâncreas: cirurgia potencialmente curativa (quando todo o tumor pode ser removido) e cirurgia paliativa (quando a doença está disseminada). Essa última é feita para aliviar os sintomas da doença ou para prevenir certos problemas, como um ducto biliar bloqueado ou obstrução intestinal.

Para definir o melhor tipo de cirurgia a ser realizada, é importante que os especialistas conheçam o estágio da doença, o que pode ser feito por laparoscopia, para determinar a extensão do tumor e se ele pode ou não ser operado.

Cirurgias potencialmente curativas

Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple)

Cirurgia mais comum para remover o câncer da cabeça do pâncreas. Nesse procedimento, a cabeça do pâncreas e, às vezes, o corpo são removidos. O intestino delgado, parte da vesícula biliar, gânglios linfáticos próximos ao pâncreas e até parte do estômago também são removidos. O restante do ducto biliar é conectado ao intestino delgado para que a bile e as enzimas digestivas continuem chegando aos órgãos internos.

Pancreatectomia distal

Cirurgia para remover a cauda do pâncreas ou a cauda e parte do corpo do pâncreas. O baço também é frequentemente removido. Esse tipo de tratamento raramente é usado para tratar o câncer de pâncreas, porque muitos desses tumores já se espalharam no momento em que são diagnosticados.

Pancreatectomia total

Um procedimento que remove todo o pâncreas, juntamente com a vesícula biliar, parte do estômago e do intestino delgado e baço. Pode ser uma opção quando o tumor se espalhou pelo pâncreas, mas ainda pode ser removido.

Cirurgias paliativas

Como o câncer de pâncreas pode progredir rapidamente, muitos médicos não recomendam grandes cirurgias para cuidados paliativos, especialmente em pacientes com problemas de saúde.

Os tumores que crescem na cabeça do pâncreas podem bloquear o ducto biliar, causando problemas digestivos e dor porque a bile não consegue chegar aos intestinos. Os produtos químicos da bile também se acumulam no corpo, causando icterícia, náusea, vômito e outros problemas. Existem duas opções para aliviar a obstrução do ducto biliar:

Colocação de stent

O método mais comum para permeabilizar os ductos biliares bloqueados não envolve cirurgia real. Em vez disso, um stent é inserido no duto para mantê-lo aberto. Isso geralmente é feito através de um endoscópio, e o paciente é anestesiado. 

Este procedimento geralmente faz parte de uma colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. Um stent, geralmente feito de metal, ajuda a manter o ducto biliar aberto e resiste à pressão dos tumores circundantes. Os stents podem ser colocados antes da cirurgia para reduzir os níveis de bilirrubina e, assim, reduzir a icterícia antes da pancreatectomia.

Cirurgia de bypass

Outra opção para ductos biliares bloqueados, em pacientes com boa saúde geral, é a cirurgia para redirecionar o fluxo de bile do ducto biliar comum diretamente para o intestino delgado. A colocação do stent geralmente é mais fácil e a recuperação mais rápida. Por esse motivo, é feito com mais frequência do que a cirurgia de bypass.

Indicações

Quais são as indicações de cirurgia do pâncreas?

Algumas das principais doenças que afetam essa área só podem ser resolvidas ou tratadas com cirurgia. Estas são as principais situações em que a intervenção cirúrgica está indicada:

Pancreatite

A pancreatite é uma inflamação do pâncreas, que pode ser aguda ou crônica. Em um sistema digestivo saudável, o pâncreas produz enzimas digestivas e as envia para o intestino delgado, onde iniciam o trabalho de digestão.

Se o pâncreas tiver distúrbios em seu funcionamento, essas enzimas serão ativadas em seu interior, causando inflamação. As causas da pancreatite podem ser cálculos biliares nos ductos biliares, hipertrigliceridemia, consumo de álcool em excesso ou causas autoimunes.

Tumores Pancreáticos

Os tumores pancreáticos são mais comuns em pessoas com mais de 50 anos, especialmente em homens com mais de 65 anos. Este tipo de tumor costuma crescer de forma insidiosa e por isso seu diagnóstico costuma ser feito nas fases mais avançadas da doença.

O tratamento depende sempre de cada caso, tendo em conta a localização, o tipo e a extensão do tumor. Independentemente de ser curativa ou paliativa, o objetivo da cirurgia é sempre proporcionar a máxima segurança e qualidade de vida ao paciente.

Adenocarcinoma

O adenocarcinoma de pâncreas é o tipo mais comum desse tumor, correspondendo a cerca de 95% dos casos. Afeta principalmente o ducto pancreático e geralmente está localizado na cabeça do pâncreas, a parte mais próxima do duodeno.

A cirurgia costuma ser a forma de tratamento mais indicada, principalmente nas fases iniciais da doença, e é potencialmente curativa nessa fase.

Em casos graves, a cirurgia é indicada principalmente na forma paliativa, a fim de aliviar os sintomas e diminuir o risco de complicações dessa doença.

Tumores Neuroendócrinos

Os tumores neuroendócrinos pancreáticos são considerados raros e geralmente crescem lentamente.

Costumam ser detectados em um estágio anterior aos tumores exócrinos, proporcionando melhores opções de tratamento e chances de cura.

Neoplasias Císticas

Os cistos do pâncreas são lesões que podem ser benignas ou malignas. As malignidades são raras, representando apenas 1% de todos os tumores que afetam o pâncreas. Na maioria dos casos, os cistos são benignos e se caracterizam pelo acúmulo de líquido na área afetada pelo processo inflamatório.

Além das malignidades, também existem tumores benignos altamente variáveis, mais comumente as cistoadenomas mucinosas e os tumores intraductais mucinosos papilares.

Como é feita a cirurgia do pâncreas?

Todos os tipos de cirurgia pancreática podem ser realizados usando técnicas minimamente invasivas, como videolaparoscopia e cirurgia robótica. Desta forma, o risco de complicações e o tempo de recuperação podem ser reduzidos.

Cirurgia de Fígado

Entenda o pré e pós operatório

Pré-operatório da cirurgia do pâncreas

Uma vez que a cirurgia pancreática tenha sido indicada e o paciente tenha decidido prosseguir, outras recomendações serão feitas para otimizar a preparação física e psicológica pré-operatórias.

As medicações utilizadas serão ajustadas de acordo com os resultados dos exames pré-operatórios.

Pede-se aos fumantes que parem ou reduzam ao máximo o uso do tabaco, para reduzir o risco de complicações pulmonares durante a cirurgia, bem como permitir uma melhor oxigenação dos tecidos e, portanto, uma melhor cicatrização.

A caminhada diária ou a hidroginástica no pré-operatório são úteis como preparo para a fisioterapia, melhorando e facilitando a respiração e a circulação no pós-operatório.

As dobras da pele e o umbigo devem ser cuidadosamente limpos, pois são frequentemente áreas de dermatite fúngica. Portanto, deve-se limpar essas áreas com sabão neutro e mantê-las secas.

Independente do procedimento utilizado, o paciente deve estar em jejum de no mínimo 8 horas (incluindo água) e realizar higiene pessoal com banho prolongado com sabonete neutro.

Pós-operatório da cirurgia do pâncreas

Após a cirurgia, o paciente será levado para a sala de recuperação.

Quando estiver no quarto, o paciente será encorajado a levantar da cama e sentar, e iniciar exercícios de fisioterapia respiratória e de movimento.

A duração da internação depende do estado de saúde do paciente e de sua resposta natural de recuperação. Por serem procedimentos muito complexos, a alta hospitalar pode demorar vários dias e depende do procedimento realizado.

A duodenopancreatectomia e a pancreatectomia total são cirurgias muito complexas que requerem vários dias de internação, geralmente de 10 a 15. A alta depende da presença ou não de complicações cirúrgicas graves, que podem ocorrer em até 20% dos casos. 

Por outro lado, a pancreatectomia distal é um procedimento de porte um pouco menor e geralmente é realizada por abordagem minimamente invasiva, portanto a recuperação é rápida e o paciente permanece internado por menos de 7 dias.

Ao chegar em casa, é importante planejar as atividades diárias para evitar deslocamentos desnecessários e desconforto.

A caminhada deve ser feita em superfície plana e seca, sem obstáculos que possam causar acidentes, ajudando o paciente a se sentir bem sem ficar muito cansado.

As atividades diárias podem ser retomadas gradativamente após 30 dias – no entanto, a atividade física vigorosa só é recomendada após 2 meses.

Em relação à nutrição, a recuperação após cirurgia pancreática tem algumas particularidades:

  • A sensação de saciedade ocorre facilmente após a cirurgia, por isso é aconselhável inserir pequenos lanches entre as refeições;
  • Para as primeiras refeições após a cirurgia, alimentos macios e pastosos são recomendados;
  • Uma dieta com baixo teor de gordura é importante porque é difícil para o corpo digeri-la após a cirurgia;
  • Deficiências de outras vitaminas também devem ser observadas por um tempo.


Após a cirurgia para remover a cabeça do pâncreas, quase sempre é necessária a reposição de enzimas pancreáticas.

Todo paciente submetido à pancreatectomia total requer acompanhamento especial por um endocrinologista para o tratamento do diabetes. Em pacientes que fizeram pancreatectomia distal, o risco de diabetes é bem menor, mas mesmo assim é necessário monitorar a glicemia pelo menos uma vez ao ano.

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Sobre o especialista

Sou graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1995). Meu Mestrado foi em Ciências Médicas pela Universidade Federal Fluminense (2006). Tive meu Doutorado defendido em janeiro de 2022 pela UFRJ – Grau A.

Antes de falar como profissional, me considero alguém humano, educado, ético e estudioso. 

Como profissional, faço todo o possível para estar sempre atualizado e meu dogma é sempre pensar que aquele que está na minha frente poderia ser um parente meu, por isso meu objetivo é oferecer o melhor atendimento, de forma humanizada . 

Minha carreira sempre foi focada em proporcionar o bem-estar do paciente e o respeito às suas necessidades, características e individualidade. 

Minha atuação principal é em cirurgia, com ênfase em cirurgia hepática, pancreática, de vesícula e cirurgia do aparelho digestivo. Acumulo ampla experiência, especialmente em cirurgias minimamente invasivas.

Cirurgião Geral

Professor UFRJ

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